Biografia de Freud: Curiosidades sobre a formação escolar e acadêmica de Freud

(…) “fui o primeiro na classe durante sete anos, mantive uma posição privilegiada, quase nunca passei por exames”.

“No entanto, as doutrinas de Darwin, então recorrentes, atraíram-me fortemente porque prometiam um extraordinário avanço em nossa compreensão do mundo; e sei que a leitura do belo ensaio ´Sobre a Natureza´de Goethe, numa conferência pública, pelo professor Carl Brühl pouco antes dos meus exames escolares finais, levou-me a estudar medicina”.

“Vou examinar os documentos milenares da natureza, talvez me intrometa pessoalmente em seu eterno litígio e dividirei minhas vitórias com todos os que queiram aprender”.

Embora ele tivesse escolhido a medicina livremente, ele escreveu, em seu “Estudo Autobiográfico”, que “não sentia nenhuma predileção especial pela posição e atividade de um médico naqueles primeiros anos, e aliás nem depois. Pelo contrário, eu era movido por uma espécie de ânsia por conhecimento”.

Sem dúvida, Freud achava essencial manter frouxas as rédeas de sua imaginação científica, principalmente durante os anos de descobertas.

Freud ainda pensava em em “obter um doutorado nas áreas de filosofia e zoologia”.

(…) quando era um escolar de dez anos, já havia demonstrado energicamente inclinações humanitárias, implorando aos professores que organizassem uma campanha para enviar ataduras às tropas austríacas feridas na guerra contra a Prússia.

(…) o pensador que leu com maior proveito tenha sido Ludwing Feuerbach. “Entre todos os filósofos, informou a Silberstein em 1875, “é este homem que mais venero e admiro”.

Feuerbach era compatível com Freud ainda sob outro aspecto: era quase tão crítico em relação à maior parte da filosofia como quanto à teologia.

(…) De fato, ele reconheceu (ou melhor, avisou), à semelhança do que Freud viria a fazer mais tarde, que não tinha talento para o filosófico formal, o sistemático, o metodológico-encicoplédico.

(…), Freud nunca se tornou um teísta, no fundo era como informou ao amigo no final de 1874 “um estudante de medicina ateu e um empirista”.

(…) não frequentava muito os cafés e raramente ia à ópera. Mas de bom grado subscreveria a apresentação da faculdade de medicina de Viena como um corpo de homens ilustres com reputação internacional.

Peter Gay em  Freud: uma vida para o nosso tempo.