Os livros – Sartre
Nunca esgaravatei a terra, nem farejei ninhos, não arborizei, nem joguei pedras nos passarinhos. Mas os livros foram meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos, meu estábulo e meu […]
Nunca esgaravatei a terra, nem farejei ninhos, não arborizei, nem joguei pedras nos passarinhos. Mas os livros foram meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos, meu estábulo e meu […]
Meu avô nunca soubera fazer contas: pródigo por desleixo, generoso por ostentação, acabou por cair, muito mais tarde, nessa doença dos octogenários, que é a avareza, efeito da impotência e […]
Sou pois um narciso? Nem isso: preocupado demais em seduzir, esqueço de mim. – Jean-Paul Sartre em As palavras.
Se a gente só se define opondo-se, eu era o indefinido em carne e osso; se o amor é o ódio são o verso e reverso da mesma medalha, eu […]
Os bons pobres não sabem que a sua função é exercitar nossa generosidade; são pobres envergonhados; passam resvalando as paredes; saio correndo, passo-lhes rapidamente uma moeda de dois soldos e, […]
Trato os inferiores como iguais: é uma piedosa mentira que lhes prego a fim de torná-los felizes e com o qual convém que sejam enganados até um certo ponto. – […]
Considero a sociedade como uma rigorosa hierarquia de méritos e poderes. – Jean-Paul Sartre em As palavras.
Nossa vida é apenas uma série de cerimônias e consumimos o nosso tempo em nos sobrecarregar de homenagens. – Jean-Paul Sartre em As palavras.
Quando se ama demais as crianças e os animais, a gente os ama contra os homens. – Jean-Paul Sartre em As palavras.
Todas as crianças são espelhos da morte. – Jean-Paul Sartre em As palavras.
(…) eu era uma criança comportada: achava meu papel tão conveniente que não saía dele. – Jean-Paul Sartre em As palavras.
Não sou chefe, nem aspiro vir a sê-lo. Comandar e obedecer dão no mesmo. O mais autoritário comanda em nome do outro, de um parasita sagrado – seu pai – […]
Morrer não é tudo: é mister morrer a tempo.- Jean-Paul Sartre em As palavras.
Não há bom pai, é a regra; que não se faça disso agravo aos homens e sim ao laço da paternidade que apodreceu. Fazer filhos, não há coisa melhor; tê-los, […]
Eu não sei ter afetos. Os meus amores foram sempre ternuras… Nunca poderia amar uma mulher pela alma – isto é: por ela própria. Só a adoraria pelos enternecimentos que […]
E a minha vida, livre de estranhezas, é no entanto uma vida bizarra – mas de uma bizarria às avessas. Com efeito a sua singularidade encerra-se, não em conter elementos […]
Só posso viver nos grandes meios. Quero tanto ao progresso, à civilização, ao movimento citadino, à atividade febril contemporânea!, Porque, no fundo, eu amo muito a vida. Sou todo de […]
Tenho às vezes tanta inveja das minhas pernas… Porque uma perna não sofre. Não tem alma, meu amigo, não tem alma! – Mário de Sá-Carneiro em A confissão de Lúcio.
_ É que, não sei se reparou, em todos os music-halls tornaram-se agora moda estes bailados por ranchos de raparigas inglesas. Ora essas criaturinhas são todas iguais, sempre – vestidas […]
As dores morais transformam-se-me em verdadeiras dores físicas, em dores horríveis, que eu sinto materialmente não no meu corpo, mas no meu espírito. – Mário de Sá-Carneiro em A confissão […]