Nós distorcemos os outros ao forçá-los às nossas próprias ideias e gestalts preferidas, um processo que Proust descreve maravilhosamente:
Nós envolvemos o contorno físico da criatura que vemos com todas as ideias que já formamos a seu respeito e, nesse retrato completo que criamos em nossa mente, essas ideias certamente têm o papel principal. No final, elas preenchem tão completamente a curva de suas faces, seguem tão exatamente a linha de seu nariz, combinam tão harmoniosamente com o som de sua voz, que não parecem ser nada além de um envólucro transparente, de modo que cada vez que vemos o rosto ou ouvimos a voz são nossas próprias ideias a seu respeito que reconhecemos e que escutamos.
– Irvin Yalom em O carrasco do amor.