As democracias representativas | Ken Knab

Nas democracias representativas as pessoas abdicam de seu poder ao eleger governantes. A plataforma política dos candidatos são limitadas a algumas vagas generalidades. Uma vez eleitos, há pouco controle sobre suas reais decisões em centenas de assuntos – apesar da possibilidade de redirecionamento do voto das pessoas, alguns anos depois, para outros políticos rivais igualmente incontroláveis. Em suas campanhas, os representantes dependem das contribuições e do suborno dos ricos; são subordinados aos donos dos meios de comunicação de massa que decidem o que vai o que o não vai ser divulgado pela mídia; e eles são quase tão ignorantes e impotentes quanto o público geral, dando muita importância  aos assuntos que são pautados pelos burocratas não eleitos e pelas agências secretas independentes. Eventualmente ditadores declarados podem ser depostos, mas os verdadeiros governantes nos regimes “democráticos”, aquela minúscula minoria que virtualmente possui e controla tudo, nunca é eleita nem interna e nem externamente. A maioria das pessoas nem mesmo sabe quem são eles.

Ken Knab em A alegria da revolução.