Independência é algo para bem poucos: – é prerrogativa dos fortes. E quem procura ser independente sem ter a obrigação disso, ainda que com todo o direito demonstra que provavelmente é não apenas forte, mas temerário além de qualquer medida. Ele penetra num labirinto, multiplica mil vezes os perigos que o viver já traz consigo; dos quais um dos maiores é que ninguém pode ver como e onde de extravia, se isola e é despedaçado por algum Minotauro da consciência. Supondo que alguém assim desapareça, isto ocorre tão longe do entendimento dos homens que eles não sentem nem compadecem: – e ele não pode voltar! já não pode retornar sequer para a compaixão dos homens!
– Nietzsche em Além do bem e do mal.