As origens da empatia – Daniel Goleman

Um estudo sobre criminosos que praticaram os crimes mais cruéis e violentos constatou que o que lhes caracterizava e os distinguia de outros criminosos é que, na infância, tinham sido mandados de uma casa de adoção para outra, ou criados em orfanatos – históricos de vida que sugerem abandono emocional.

Enquanto o abandono emociona “enfraquece” a empatia, há um resultado paradoxal quando ocorre abuso emocional intenso e constante, incluindo ameaças cruéis e sádicas, humilhações e maldade pura e simples. As crianças  que sofrem tais abusos podem tornar-se hiper-alertas para as emoções daqueles que as cercam, o que é equivalente a uma vigilância pós-traumática para detectar indícios que anunciem ameaça. Essa preocupação obsessiva com os sentimentos dos outros é típica de crianças psicologicamente maltratadas e que, na idade adulta sofrem os mercuriais altos e baixos às vezes diagnosticados como “distúrbio limite de personalidade”. Muitas pessoas têm o dom de sentir o que sentem os que as cercam, e é muito comum relatarem que sofreram abusos emocionais na infância.

– Daniel Goleman em Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente.