.: Uma palavra assinala-a – simboliza-a quase -, uma das mais freqüentes que se encontrarm nos livros dos internamento: "furioso". "Furor", como veremos, é um termo técnico de jurisprudência e da medicina; designa de modo preciso uma das formas da loucura. Mas no vocabulário do internamento ele diz muito mais e muitos menos que isso. Alude a todas as formas de violência que espacam à desfinição rigorosa do crime e à sua apreensão jurídica: o qu evida é ua espécie de região indiferenciada da desordem – desordem do espírito -, todo o domínio obscuro de uma raiva ameaçadora quesurge aquém de uma possível condenação. Noção confusa para nós, talvez, mas suficientemente clara para ditar o imperativo policial e moral do internamento. Internar alguém dizendo que um "furioso", sem especificar se é doente ou criminoso, é um poderes que a razão clássica atribui a si mesma, na experiência que teve da loucura.
.: T. Monro, médico de Bethleem desde 1783, traçou as linhas gerais de sua prática para a Comissão de Inquérito das Comunas:
Os doentes devem ser sangrados o mais tardar até o fim do mês de maior, conforme o tempo que fizer; após a sangria, devem tomar vomitatórios uma vez por semana, durante um certo número de semanas. Após o quê, os purgamos. Isso foi praticado durante anos antes de mim, e me foi transmitido por meu pai; não conheço prática melhor.