Na significativa obra “Mãe, Virgem, Prostituta: a Idealização e a Depreciação da Maternidade”, o primeiro estudo psicanalítico do porte de um livro a respeito das perversões sexuais femininas, a Dra. Welldon contou, entre outros casos, a história da Senhorita E., mulher de 34 após que começou a exibir a genitália sobretudo para autoridades do sexo feminino, a partir dos 17 anos. Para se exibir rapidamente, a Senhorita E. usava um, sobretudo especial e sentia um prazer enorme em chocar as vítimas, inclusive as suas médicas. Com o tempo, o exibicionismo da Senhorita E. provocou sua expulsão de escolas, empregos, centros de treinamento e até de grupos de aconselhamento e hospitais psiquiátricos. Infelizmente, a Senhoria E. não conseguia controlar os seus impulsos e, em certa ocasião, uma das vítimas a esbofeteou.A Dra. Welldon frisou que, durante o período de amadurecimento da paciente, a mãe da Senhorita E. a masturbava e fazia o mesmo com os outros filhos para acalmá-los. Aliás, a mãe confirmou, em conversa posterior, o uso desse recurso na “criação dos filhos”. A mãe confessou que “era mais fácil do que dar a chupeta. Ela teve de suportar as surras que levava do marido bêbado, e a masturbação ritmada das crianças lhe dava alguma satisfação.
Welldon observou com perspicácia que a Senhorita E., pelo fato de escolher se exibir para mulheres poderosas, tinha esperança de que as mulheres da mesma estatura a contivessem e tornassem figuras maternas melhores que a mãe dela. Welldon concluiu: “Seu anseio por uma reação de choque das vítimas era correlacionado com a sequência favorável de que as mulheres com autoridade – mãe simbólicas – não reagiriam como a mãe dela, usando-a e explorando-a como um objeto parcial”.
– Brett Kahr em Conceitos da Psicanálise – Exibicionismo.